A digitalização está mudando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos e não poderia ser diferente quando falamos sobre energia elétrica. Hoje no Brasil, estamos enfrentando grandes desafios no setor que podem ser transformados em oportunidades, através da utilização inteligente de grandes quantidades de dados que as novas tecnologias nos disponibilizam, permitindo assim maior controle, planejamento e redução dos custos com maior eficiência.
Open energy é o primeiro passo para trazer a digitalização do setor de energia no Brasil. Isso porque, por padrão, para atuar no setor de energia é necessário grande capital como, por exemplo, para investir em grandes usinas ou infraestrutura de transmissão. Por outro lado, ao permitir que empresas de tecnologia agreguem valor aos dados, a barreira de entrada deixa de ser investimentos suntuosos em infraestrutura e passa a ser em tecnologia e inovação.
Uma vez reduzida a barreira de entrada, haverá naturalmente mais empresas de tecnologia interessadas em entrar no setor de energia. Essa movimentação apresenta dois benefícios óbvios: as novas entrantes tecnológicas oferecendo serviços para o consumidor e essa movimentação tende a instigar as grandes empresas a acelerarem o passo da própria digitalização.
Com a forte tendência de digitalização do setor elétrico brasileiro, os investimentos em redes de comunicação para automação das linhas de distribuição de energia e medição remota do consumo vêm crescendo consideravelmente. Essa transformação digital desperta o interesse do mercado para a possibilidade de novos negócios. Um deles é: como aproveitar essa estrutura de conectividade, que tende a se expandir ainda mais no país, para fomentar tecnologias que melhorem a qualidade de vida da população e ajudem a desenvolver as cidades inteligentes?
Atualmente, 82% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet, essa mesma capilaridade pode ser atingida com popularização de aplicativos de análise de dados de energia. Quanto mais empresas oferecerem serviços similares, mais será possível levar consciência energética para a população que passará a ficar mais atenta à própria conta de energia e enxergar possibilidades de economia e empoderamento sobre seus gastos.
Alguns exemplos de serviços e aplicações que podem ser desenvolvidos em escala, apenas com a promoção da Open Energy:
- Análise de enquadramento tarifário e tributário;
- Participação do programa de redução voluntária de consumo em períodos de crise;
- Entendimento sobre a aplicação de bandeiras tarifárias;
- Promoção da geração compartilhada de energia ao diminuir atritos operacionais com as distribuidoras de energia;
- Calculadora de pegada de carbono do consumo de energia;
- Comercializador varejista;
- Evita redundâncias de medidores em grandes consumidores de energia;
- Utilização dos dados para estudos acadêmicos;
- Maior facilidade e segurança no tráfego de dados entre as instituições setoriais;
- Resposta da demanda.
Outro exemplo de modelo de negócio por meio de Open Energy são como as empresas alavancam os próprios serviços incorporando aplicações e interfaces de outros agentes. Por exemplo, um software de gestão de energia elétrica pode integrar em um só lugar os dados de consumo de diversos clientes e indicar que seus gastos estão superiores à média dos consumidores com o mesmo perfil.
Hoje a digitalização permite fazer o monitoramento em tempo real desses equipamentos, antecipando os diagnósticos de ocorrências de forma remota e tornando o sistema cada vez mais eficiente, melhorando os indicadores de qualidade e disponibilidade e, trazendo maior facilidade de operação e manutenção.
A digitalização do sistema elétrico evitaria crises como a atual, possibilitando melhor gestão e eficiência, além de opções de serviços e tarifas, com redução de custos para o consumidor.